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Longos perdeu metade da população

A falta de emprego e a procura de melhores salários levaram à emigração de mais de metade da população de Santa Cristina de Longos, uma freguesia de Guimarães que, hoje, "é uma terra de casas vazias".
A afirmação é de João Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Santa Cristina de Longos, a quarta maior freguesia, em área, do concelho de Guimarães.
Com dois mil habitantes, segundo o último Censo, e com 1.400 eleitores, na freguesia não vivem agora mais do que oitocentas pessoas. "Entre os 27 e os 40 anos, não há gente nesta terra", referiu o autarca.
Sem emprego ou à procura de melhores salários, as famílias estão a emigrar para França, para o Mónaco e para países improváveis como a Guiné ou Angola.
"Primeiro vai o marido para ver como é e, depois, passado pouco tempo, vai o resto da família. Uns levam os outros", explicou João Ribeiro.
A falta de pessoas é notada de várias formas. "A escola primária está a receber alunos de outras freguesias; nas poucas associações que existem a direcção é sempre a mesma porque não há quem a substitua e, aos fins-de-semana, Longos é uma terra deserta", disse a mesma fonte.
Olívia Pereira de Oliveira sabe o que é ver a família partir. Os três filhos de 29, 32 e 33 anos emigraram para França e, em Guimarães, ficou ela "às portas da reforma" e o marido "a receber o subsídio de desemprego".
"Tenho tantas saudades dos meus netos", disse a avó de quatro crianças que só vê "uma vez por ano". "As minhas filhas trabalham nas limpezas e o rapaz trabalha nas obras", referiu Olívia Oliveira, que reconhece que "tem que ser assim", justificando que os filhos "têm casas para pagar e em Portugal não se ganha dinheiro".
Com a família directa a viver perto de Paris, é Olívia quem cuida da casa dos vizinhos, também eles recém-emigrados. "Limpo a casa, trato das plantas, faço o que é preciso porque a juventude está toda no estrangeiro. É porta sim, porta sim. Não há família que não tenha ninguém a trabalhar lá fora", lamentou.
Fonte: JN

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